Emissões de rádio espaciais podem ser mais assustadoras que extraterrestres



O ser humano, isolado nesse pequeno cantinho do Universo, passou toda sua existência olhando para cima e perguntando, entre outras coisas, se estamos sozinhos nesse globo azul (sorry, terraplanistas). Milhares de anos se passaram e a humanidade desenvolveu tecnologias impressionantes, incluindo as que permitem captarmos ondas de rádio que são emitidas de pontos no universo distantes bilhões de anos-luz daqui.

Há cerca de 10 anos, nós na Terra descobrimos as rajadas rápidas de rádio (FRB, do inglês fast rádios bursts), que é um fenômeno energético que se manifesta como um pulso de rádio vindo dos confins do Universo e que tem duração de milissegundos. Acontece que, pela primeira vez, astrônomos descobriram uma emissão repetitiva desse tipo, o que tornou possível rastrear a origem do sinal.

Cantinho obscuro do Universo

O que os cientistas descobriram é bastante assustador: as ondas de rádio não vêm de alienígenas com sua nave mãe de olho em uma invasão (pelo menos não a princípio), mas sim de uma região do Universo com uma emissão de energia inacreditavelmente alta, possivelmente o entorno de uma estrela de nêutrons, um completo caos de emissão magnética.

"Neste ponto, nós realmente não conhecemos o mecanismo. Há muitas questões: como uma estrela rotativa de nêutrons produz a grande quantidade de energia típica de um FRB"

Outras possibilidades sobre de onde esses sinais poderiam estar vindo também são levadas em conta, como uma nebulosa de ventos altamente magnetizados ou mesmo das sobras de uma supernova nos arredores de uma jovem estrela de nêutrons, que nada mais é do que uma das possíveis formas que uma estrela assume após sua “morte”. Trata-se de um corpo celestial muito pequeno e muito denso, ou seja, extremamente compacto e que possui uma gravidade descomunal.

“Neste ponto, nós realmente não conhecemos o mecanismo. Há muitas questões: como uma estrela rotativa de nêutrons produz a grande quantidade de energia típica de um FRB?”, disse Vishal Gajjar, aluno de pós-doutorado da Universidade de Berkeley. Seja o que for, em um pulso de milésimos de segundo, a fonte do sinal irradia a mesma quantidade de energia que o nosso Sol emite em um dia inteiro. Nossa sorte é estarmos a pelo menos 3 bilhões de anos-luz de distância.

Se você ficou um pouco mais tranquilo, Gajjar pode jogar o balde de água fria: segundo ele, não é possível excluir a teoria de que esses sinais estejam sendo enviados, na verdade, por extraterrestres. O que realmente está acontecendo ainda está longe de ficar claro, mas esperem em um futuro breve por mais sinais desse tipo sendo captados por nossas antenas. No fim das contas, vamos descobrir coisas incríveis – ou que não estamos sós no Universo ou muitas informações importantes sobre de onde ele veio e como funciona.

Fonte: Tecmundo

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