EQUIPE QUE FAZ A INTERMEDIAÇÃO ENTRE O LABORATÓRIO E OS MÉDICOS FOI CONVOCADA A DEGUSTAR PRODUTOS DA CONCORRÊNCIA
Imagine a seguinte situação: você é um vendedor de remédios e sua empresa informa que na próxima reunião a equipe terá que fazer uma degustação de um remédio indicado para artrose, produzido pela concorrência.
Imagine que serão oito remédios servidos aos ‘convidados’, um open bar de medicamentos!!
E imagine que isso era uma prática comum e os vendedores já consumiram outros medicamentos em quantidades até quatro vezes superiores às indicadas nas bulas.
Imagina que eles já ‘degustaram’ antibióticos e remédios para varizes!
Imagine que isso é no Piauí!
Não, crianças, não é na Rússia e nem no Paraná. É no Piauí mesmo! (abraço prá Beth Cuscuz! abraço prô povo do bairro Tabuleta!!)
Na convocação da empresa Eurofarma para os vendedores, descreve o gerente, “cada funcionário deverá trazer exemplares de produtos concorrentes do medicamento Ártico, indicado para artrose”.
O Ministério Público do Trabalho do Piauí (MPT-PI) já entrou com uma ação civil pública e no processo pede que a farmacêutica pague R$ 10 milhões em indenização. O órgão alega que, sem nenhum acompanhamento médico, a companhia fazia seus funcionários experimentarem remédios como Glicolive, do laboratório Ache, e o Condroflex, da Zodiac. Ao todo seriam oito remédios no cardápio.
O objetivo, de acordo, com a procuradora Maria Elena Rêgo, responsável pela ação, era compreender o sabor, a textura e a forma de dissolução dos medicamentos, para expor os remédios aos médicos.
Maria Elena conta que descobriu o sistema de “degustação” promovido pela Eurofarma após receber a denúncia de um ex-funcionário da companhia. Ela diz que o revendedor narrava que os trabalhadores eram levados a consumir diversos remédios, mesmo os que requeriam receita para serem vendidos.
“São remédios fortes, que só são revendidos com prescrição”, afirmou.
O objetivo era munir os revendedores de informações sobre os medicamentos.
Para tanto, os trabalhadores eram instruídos a conseguir amostra de remédios da concorrência, que também seriam degustados. O procedimento gerava temor, por parte dos trabalhadores, de algum tipo de reação alérgica ou efeito colateral.
De acordo com a petição inicial da ação civil pública proposta pelo MPT-PI, as degustações geralmente eram feitas em hotéis, e não havia médicos acompanhando o processo. Um dos funcionários que prestaram depoimento ao órgão descreveu que alguns medicamentos poderiam causar reações alérgicas, e que alguns funcionários tinham diarreias após tomarem os remédios.
“Fiquei em choque, nem acreditei inicialmente que seria possível uma prática dessa natureza”, diz Maria Elena.
Em outro exemplo de degustação que consta no processo, um ex-funcionário da Eurofarma narra que os vendedores tiveram que experimentar o antibiótico Sinot, que é comercializado em pó e cada deles consumiu até quatro vezes a medida do “copinho” que acompanha o antibiótico.
Na inicial, o MPT-PI afirma que não considera o montante elevado, dado que a Eurofarma, obteve, em 2015, lucro líquido de R$ 191 milhões.
Uma degustação de Jontex sabor morango ninguém pediu, né?
Imagine que serão oito remédios servidos aos ‘convidados’, um open bar de medicamentos!!
E imagine que isso era uma prática comum e os vendedores já consumiram outros medicamentos em quantidades até quatro vezes superiores às indicadas nas bulas.
Imagina que eles já ‘degustaram’ antibióticos e remédios para varizes!
Imagine que isso é no Piauí!
Não, crianças, não é na Rússia e nem no Paraná. É no Piauí mesmo! (abraço prá Beth Cuscuz! abraço prô povo do bairro Tabuleta!!)
Na convocação da empresa Eurofarma para os vendedores, descreve o gerente, “cada funcionário deverá trazer exemplares de produtos concorrentes do medicamento Ártico, indicado para artrose”.
O Ministério Público do Trabalho do Piauí (MPT-PI) já entrou com uma ação civil pública e no processo pede que a farmacêutica pague R$ 10 milhões em indenização. O órgão alega que, sem nenhum acompanhamento médico, a companhia fazia seus funcionários experimentarem remédios como Glicolive, do laboratório Ache, e o Condroflex, da Zodiac. Ao todo seriam oito remédios no cardápio.
O objetivo, de acordo, com a procuradora Maria Elena Rêgo, responsável pela ação, era compreender o sabor, a textura e a forma de dissolução dos medicamentos, para expor os remédios aos médicos.
Maria Elena conta que descobriu o sistema de “degustação” promovido pela Eurofarma após receber a denúncia de um ex-funcionário da companhia. Ela diz que o revendedor narrava que os trabalhadores eram levados a consumir diversos remédios, mesmo os que requeriam receita para serem vendidos.
“São remédios fortes, que só são revendidos com prescrição”, afirmou.
O objetivo era munir os revendedores de informações sobre os medicamentos.
Para tanto, os trabalhadores eram instruídos a conseguir amostra de remédios da concorrência, que também seriam degustados. O procedimento gerava temor, por parte dos trabalhadores, de algum tipo de reação alérgica ou efeito colateral.
De acordo com a petição inicial da ação civil pública proposta pelo MPT-PI, as degustações geralmente eram feitas em hotéis, e não havia médicos acompanhando o processo. Um dos funcionários que prestaram depoimento ao órgão descreveu que alguns medicamentos poderiam causar reações alérgicas, e que alguns funcionários tinham diarreias após tomarem os remédios.
“Fiquei em choque, nem acreditei inicialmente que seria possível uma prática dessa natureza”, diz Maria Elena.
Em outro exemplo de degustação que consta no processo, um ex-funcionário da Eurofarma narra que os vendedores tiveram que experimentar o antibiótico Sinot, que é comercializado em pó e cada deles consumiu até quatro vezes a medida do “copinho” que acompanha o antibiótico.
Na inicial, o MPT-PI afirma que não considera o montante elevado, dado que a Eurofarma, obteve, em 2015, lucro líquido de R$ 191 milhões.
Uma degustação de Jontex sabor morango ninguém pediu, né?
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